A empresa identificou no combate às cópias não-oficiais uma maneira de aumentar as vendas do Windows, mesmo levando em conta que ele já é usado em 90% dos micros ao redor do mundo.
Mas tudo isto pouco adiantou em termos de pirataria. Agora, mais de 2 anos após o lançamento, tanto o XP quanto o Windows Vista pirata são comuns. Os piratas conseguiram passar totalmente incólumes pelas defesas criadas pela Microsoft, e hoje qualquer camelô “especializado” em software que está nas ruas das grandes cidades oferece cópias de Windows Vista que rodam sem problema algum o Aero e todas os recursos do Windows Vista.
Como é burlado o sistema de ativação do Windows Vista?
Existem várias formas de burlar o supostamente rigoroso sistema de ativação do Windows Vista. A princípio, funciona mais ou menos como foi feito com o Windows XP, ou seja, usa-se um número de série igual àqueles fornecidos para os grandes fabricantes de computadores. Por exemplo, um destes grandes fabricantes adquire, digamos, 100.000 licenças do Windows XP. Para não ter que ficar ativando cópia por cópia, colocando um serial para cada máquina, a Microsoft fornece um número de série que vale para as 100.000 máquinas. E a cópia do Windows XP também é especial, feita especialmente para este grande fabricante e para aquele número de série. O que acontece é que esta cópia e este número de série segue caminhos obscuros e acaba caindo na mão da população, que consegue ativar seu XP normalmente. Aliás, nem é preciso mais ativar, pois todas as cópias piratas que estão por aí já foram modificadas para instalar-se já ativadas automaticamente.
Ciente deste esquema, a Microsoft resolveu dificultar as coisas quando lançou o Vista. O esquema é bem parecido com o do XP, mas tem um complicador adicional: o Vista verifica através de uma espécie de assinatura na BIOS se aquele micro que está pedindo a ativação do Windows realmente foi feito por aquele grande fabricante de equipamentos que adquiriu aquele lote de licenças. Se o micro não for daquele modelo e daquele fabricante a ativação não é feita.
Parece ser um esquema muito seguro, não é mesmo? Pois é, só parece. Os piratas logo descobriram um jeito de fazer qualquer computador fingir que é, digamos, um micro da Dell ou da Asus.
Um método mais complicado consiste em regravar o BIOS do micro colocando nele uma assinatura digital para que o micro "finja" ser algum modelo conhecido de um grande fabricante. Usa-se o número de série daquele fabricante, instala-se uma licença digital para aquela série e pronto, Windows Vista ativado!
Com o tempo, os piratas desenvolveram um método mais simples, que não precisa alterar o BIOS. Trata-se de um pequeno programa (o “Vistaloader”) a ser carregado logo na inicialização e que nada mais é do que um BIOS falso. Quando o sistema faz alguma solicitação para o BIOS, este programa intercepta o pedido e decide se encaminha ou não para o BIOS. Quando a solicitação for para ler a assinatura digital do fabricante, o programa mesmo é que responde que o micro é um determinado modelo de um grande fabricante. E assim repete-se o mesmo esquema, ou seja, o número de série será realmente daquele determinado fabricante, e o resultado é o esperado: Windows Vista ativado, para desespero da Microsoft.
Como será a ativação do Windows 7
A julgar pelas cópias de teste, o Windows 7 (“Seven”) usará o mesmo esquema de ativação do Vista, isto é, um número de série específico, uma licença digital e a checagem do BIOS do micro. Certamente a Microsoft deve refinar mais este método, deixando-o mais esperto, mas ao que tudo indica já teria vazado uma cópia de Windows 7 de um grande fabricante (provavelmente a Lenovo) e os piratas já teriam desenvolvido um esquema de ativação “alternativa” semelhante ao do Vista.
Ainda é impossível saber ao certo, mas o fato é que já existem versões do Windows 7 pirateadas e com este crack. Por enquanto são apenas para a versão em inglês e provavelmente devem estar cheios de spywares e trojans, por isso é altamente arriscado tentar experimentar uma cópia destas, sem falar que é ilegal e pode colocar o usuário em sérios apuros com a polícia e a justiça.
Aliás, por falar nisto, precisamos dizer que certamente é direito da Microsoft cobrar por seus produtos, afinal foram investidos muitos bilhões de dólares no desenvolvimento e suporte do Windows. O que sempre discordamos é do alto preço cobrado. Freqüentemente, um pacote contendo o Windows mais um Office oficial custará mais caro do que o próprio computador, o que é um claro incentivo à pirataria. A Microsoft parece que vai aliviar um pouco os termos da licença, oferecendo caixas com o Windows que permitem sua instalação em 3 ou mais máquinas, só esperamos que estes pacotes não custem igualmente 3 ou mais vezes o preço de uma licença única...
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