sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Fontes de alimentação de potência real

Os computadores modernos consumem cada vez mais energia, principalmente se forem com processador de mais de um núcleo. Por isto, a escolha da alimentação passou a ser importante na hora de comprar um micro de alto desempenho. Existem várias fontes de alimentação de boa qualidade, tais como os modelos da OCZ, Thermaltake, Cooler Master e Seventeam, para citarmos algumas das marcas mais famosas. Mas lamentavelmente a esmagadora maioria dos modelos populares e baratos tem sérios problemas.


As fontes de alimentação são classificadas de acordo com a sua potência – 250W, 300W, 350W, 400W – sendo que o grande problema dos modelos mais simples (e baratos) é que a sua potência real não é a que está na etiqueta. Você pode comprar uma fonte de 400W mas que na realidade não consegue entregar nem 250W.

Se você pesquisar, verá que o preço das fontes “de marca” é maior do que o de fontes “comuns” de mesma potência. A principal razão é que essas fontes mais caras usam em sua classificação a potência REAL e não a chamada potência NOMINAL, isto é, o que deveria ser. Nas fontes mais caras, quando o fabricante declara na etiqueta que ela é de 350 W, ela provavelmente entregará essa potência ou algo muito próximo, ao contrário do que ocorre com as fontes mais baratas.

Para saber qual é a verdadeira potência nominal de uma fonte de alimentação é preciso fazer alguns cálculos usando os números presentes na etiqueta. Toda fonte de alimentação possui ao menos seis saídas: +3,3 V, +5 V, +12 V, -5 V, -12 V e +5 VSB, esta última chamada também de “standby” (espera).

Na etiqueta vem descrita a corrente que cada uma dessas saídas é capaz de fornecer, em Ampères (A). Para saber a potência que cada uma dessas saídas fornece multiplique a tensão da mesma (em Volts) pela corrente (em Ampères). No caso das tensões negativas, desconsidere o sinal de menos.

Vejamos um caso concreto. Determinada fonte é rotulada como sendo de 400 W, mas será que é isto mesmo? Analisemos o caso.

As saídas fornecem as seguintes correntes:

15 A (+3,3 V)

29 A (+5 V)

11,5 A (+12 V)

0,5 A (-5V)

0,5 A (-12 V)

1,5 A (+5 VSB)

Temos então as seguintes potências:

49,5 W (+3,3 V x 15 A)

145 W (+5 V x 29 A)

138 W (+12 V x 11,5 A)

2,5 W (-5 V x 0,5 A)

6 W (+12 V x 0,5 A)

7,5 W (+5 VSB x 1,5 A)

O fabricante que pretende maquiar a potência de sua fonte simplesmente soma todas estas potências individuais. Mas isto é incorreto, pois as fontes de alimentação para PCs usam um conceito chamado “potência combinada”.

Para as saídas de +3,3 V e +5 V deve-se considerar somente o valor da maior potência entre essas duas saídas, ou seja, no nosso exemplo devemos considerar 145 W da saída de +5 V e ignorar o valor 49,5 W da saída de +3,3 V. Isso significa somar o valor de todas as potências individuais, ignorando, porém, o valor da potência da saída de +3,3 V.

Aplicando esta regra, temos que a nossa fonte de alimentação é de 299 W, ou seja: 145 W + 138 W + 2,5 W + 6 W + 7,5 W) e não de 400 W como está na etiqueta, quer dizer, é uma fonte devidamente “maquiada”.

A alegação “técnica” dos fabricantes é de que rotulam suas fontes com a potência “de pico” por elas suportadas. Mas esta é só uma justificativa falsamente técnica para vender um produto inferior parecendo ser outra coisa melhor.

É importante destacar que fizemos este cálculo com base apenas na etiqueta, ou seja, se o fabricante informa errado o valor de potência, porque é que deveria informar as correntes máximas corretamente? Por isto, certamente a fonte acima não consegue entregar nem os 299 W que poderíamos deduzir pela análise da etiqueta. Para saber mesmo qual é a valor certo, só mesmo fazendo testes em um laboratório devidamente equipado.

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