terça-feira, 19 de outubro de 2010

Uma tecnologia que está em rápido crescimento é a dos Solid State Devices (Dispositivos de Estado Sólido), também chamados de Solid State Hard Disks e flash memory, abreviados SSD ou SS HD; lançamentos recentes, como o MacBook Air e o novo Vaio TZ oferecem SSDs como opcionais.
Uma dúvida recorrente é: por que esses dispositivos são ditos de “estado sólido”? Os HDs (e os DVDs) convencionais também não seriam sólidos?
A denominação surgiu por analogia com um fato que ocorreu quando do surgimento do transístor. Antes do transístor, o chaveamento eletrônico (essencial para construção de portas lógicas) era feito por meio de válvulas; nas válvulas, um feixe de elétrons é disparado de um pólo (catodo) em direção a outro (anodo), e no meio do caminho é regulado por uma grade; o ponto a se notar é que, entre o catodo e o anodo, os elétrons viajam através do ar, e não por meio de matéria sólida.
transístor substituiu as válvulas. No transístor, os elétrons migram do emissor para o coletor, e são regulados pela base; durante todo o trajeto, seja interno ou externo ao transístor, os elétrons estão viajando por dentro de um material sólido. Por isso, os dispositivos construídos com transístores eram chamados Solid State Devices (dispositivos de estado sólido).
Para entender a analogia com os atuais SSDs, é preciso conhecer um pouco o funcionamento dos HDs convencionais. Nesses HDs, os bytes são gravados em pequenas células magnéticas; para se gravar um “0″, magnetiza-se um microscópico ímã com uma certa orientação norte-sul, e para se gravar um “1″, magnetiza-se o ímã com orientação contrária.
Para se fazer a leitura, coloca-se o disco para girar; acima do disco, a uma pequeníssima distância dele (mas sem contato com ele), fica uma cabeça leitora, que, por ser sensível à orientação das células magnéticas, consegue decodificar os pequenos ímãs e reconstituir os “0″s e “1″s. Tal qual no caso das válvulas, em um pequeno trecho (no pequeníssimo trecho entre a superfície do HD e a cabeça leitora), a informação não está contida em nenhum material sólido; a informação é passada da superfície do HD para a cabeça por meio de indução magnética (explicada pela Lei de Faraday).
Situação semelhante se observa nos CDs e DVDs. A diferença em relação aos HDs é que, em vez de os dados serem guardados em células magnéticas, eles são gravados em células ópticas (um “0″ é uma superfíce espelhada, e um “1″ é uma superfície fosca, tornada fosca com um “queimador” de CDs) . Para leitura dos dados, o disco também é posto para girar, e próximo a ele (mas sem contato físico) é colocada uma leitora óptica: uma luz é lançada contra a célula, e a leitora (uma espécie de espelho) detecta se houve reflexo (um “0″) ou se não houve (um “1″). Tal qual no caso dos HDs, em um pequeno trecho (entre a célula do CD e a cabeça leitora), a informação não está armazenada em dispositivo sólido.
E nos novos HDs de estado sólido? Neles, a informação está gravada em células elétricas, da mesma forma que as memórias RAM. A informação está sempre armazenada em (ou está trafegando por) um material sólido. A escrita ou leitura não envolvem nenhum fenômeno magnético ou óptico, por isso não há necessidade de partes móveis.
A dificuldade atual é o alto preço deste tipo de hd, por exemplo um HD convencional SATA de 250 GB hoje na faixa de uns R$ 130,00, já o equivalente SSD não baixa de R$ 1.350,00.